O Calazar persiste hoje em áreas muito pobres, remotas, e às vezes politicamente instáveis, para onde é muito difícil levar assistência médica. Os pacientes têm pouco acesso a medicamentos a preços acessíveis e a medidas preventivas. A doença é endêmica em 88 países, onde 350 milhões de pessoas estão sob risco de infecção. Quase todos os 500 mil novos casos anuais provenientes de epidemias recorrentes, ocorrem nas áreas rurais do continente indiano (Índia, Nepal, Bangladesh), Brasil, e Sudão.
Os medicamentos mais usados contra o Calazar são baseados em compostos antimoniais pentavalentes (estibogluconato de sódio e antimoniato de meglumina), e têm papel fundamental na terapia mundial há mais de 70 anos.
No entanto, o tratamento é doloroso, os medicamentos são injetáveis e apresentam efeitos colaterais tóxicos, podendo ser fatais. Além disso, eles já não são eficazes em algumas partes da Índia. Há alguns medicamentos alternativos, porém com uma série de restrições:
-AmBisome®: A anfotericina B Apesar de injetável, não requer muito tempo de tratamento (máximo de 10 dias), recupera os pacientes dentro de algumas horas após a primeira dose, e apresenta poucos efeitos colaterais. A desvantagem é que há apenas um fabricante e é extremamente caro - o melhor preço atualmente oferecido varia entre US$1.500 - 2.400 por tratamento, muito além do alcance da maioria dos pacientes.
-Miltefosina: Em meados dos anos 90, descobriu-se que este medicamento oncológico era eficaz contra o Calazar. É o primeiro medicamento de uso oral para tratar a doença, mas tem registro de uso apenas na Índia. A desvantagem é que o tratamento dura 4 semanas, e há restrições de uso em gestantes e crianças.
-Paromomicina: A eficácia deste antigo antibiótico contra o Calazar foi descoberta acidentalmente em 1960. Mas o medicamento ficou parado no pipeline de pesquisa porque "não seria capaz de gerar muito dinheiro". Além disso, a sua formulação atual ainda não tem registro para uso em nenhum lugar do mundo.
-Miltefosina: Em meados dos anos 90, descobriu-se que este medicamento oncológico era eficaz contra o Calazar. É o primeiro medicamento de uso oral para tratar a doença, mas tem registro de uso apenas na Índia. A desvantagem é que o tratamento dura 4 semanas, e há restrições de uso em gestantes e crianças.
-Paromomicina: A eficácia deste antigo antibiótico contra o Calazar foi descoberta acidentalmente em 1960. Mas o medicamento ficou parado no pipeline de pesquisa porque "não seria capaz de gerar muito dinheiro". Além disso, a sua formulação atual ainda não tem registro para uso em nenhum lugar do mundo.
O TDR/OMS e o Institute of One World Health (IOWH) estão trabalhando para conseguir registrar o medicamento na Índia.
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Fonte: DNDI (Doenças negligenciadas)